Do desconcertamento que "The Gymnopédies", três composições para piano de Erik Satie, me provoca. Tão bem descrito...
O Outono é provavelmente a minha estação do ano favorita. Gosto da melancolia que é traduzida pelo entardecer menos brilhante, pela dança das folhas desde os ramos até pousarem no chão. Há um recolhimento natural que por vezes é-o mais interior. Ontem, enquanto olhava para aquele pequeno ser que ocupa já um espaço imensurável e o via na agitação que já lhe é característica, lembrei-me de partilhar com ele uma música de que gosto muito*. Aliás vai para além do gostar, é uma música que me emociona profundamente e me transporta até outros pensamentos que estão escondidos algures, espreitando de vez em quando a ver se são descobertos. E às vezes são. Satie tocava e aqueles grandes olhos azuis foram ficando mais brilhantes, e aquele pequeno corpo mais sossegado. E ali ficou ele, se calhar como eu, transportado para um outro mundo.
*Também eu me sentarei um dia, no Outono da vida, com a Primavera ao colo, a ouvi-la.
P.S. Já a tinha partilhado aqui. Vejo agora curiosamente o poema com que a partilhei...
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