4 August 2014

(...)
Penso que nunca mais subirei até ao degrau com que me vejo nítida,
Malditas mãos dos perdidos que me seguram os pés.
Recebi uma música que é a tua mais triste,
E aí percebi que nunca soubeste o que me ser.
Foste hóspede da minha casa e dormi contigo enquanto frio tinhas,
Mas chegou o calor e as mãos derreteram-se.
Juntam-se vidas e separam-se mortes,
Quantas um corpo pode aguentar é que é a cruz.
Não tenho saudades de muita coisa,
Pensei que teria mais ao longo dos dias
Mas esses tornaram-se longos de mais para isso.
Tenho um copo de whisky na mão direita
E não pouso a caneta porque aqui o tempo é dinheiro.
Time is money.
Quero para mim o inexplicável desta frase,
Tão oca quanto as pessoas que cá andam.
(...)

Sara da Costa Oliveira
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